Helooou! Sejam bem-vindos a matéria extra da Coluna Reflexões. Sim, você não está no Arena BR (mas pode conferir o trabalho maravilhoso deles clicando aqui), no entanto um caso nas Olimpíadas provocou grande reflexão: Simone Biles desiste de competir para cuidar de sua saúde mental. A ginasta mais condecorada da história dos EUA, na segunda-feira, véspera de final, escreveu em seu Instagram: "Eu realmente sinto como se às vezes carregasse o peso do mundo sobre os meus ombros. Sim, eu ignoro e faço parecer que a pressão não me afeta, mas às vezes é difícil". Durante a competição no salto, Bile não realizou todos os movimentos planejados para sua performance e, ao fim, aterrissou em pé, contudo sem firmeza. Logo após isso, ela optou por desistir do restante da competição. Em entrevista disse: "Depois disso, não podia continuar. Eu não estava lesionada. Bem, sim, meu orgulho ferido; agora tenho de me concentrar em minha saúde mental. Já não confio tanto em mim, talvez esteja ficando mais velha".

As palavras de Bile apareceram em sua performance. O peso carregado e a falta de confiança se manifestaram em seus movimentos, mais pesados e inseguros. Isso com os olhos do mundo voltados para ela, em uma Olimpíada. Há 2 semanas ela usava esse collant com a imagem de uma cabra, ou GOAT em inglês. Essa referência é usada, também, pra simbolizar Great of all Times - o melhor de todos os tempos. Há estampado o próprio peso que ela sofria de cobranças em ser a melhor.

Emilee Chinn via Insider

Há uma matéria de 2016, durante os jogos do Rio, quando foi consagrada a melhor do mundo.

Reuters/Mike Blake via Newsweek

Veja a entrevista que ela deu na época, extremamente feliz e realizada. Ela disse que não queria se preocupar em ser tão grande quanto outros GOATs do esporte. Relatou que estava apenas se divertindo na competição.

Júlio Defeton (CBSk) via Exame

Essa é a Rayssa Leal, conhecida como "fadinha do Skate". Ao ganhar a sua medalha de prata em Tóquio utilizou AS MESMAS palavras que Simone em 2016 ao dizer que estava apenas se divertindo.

Reuters/Dylan Martins via Agência Brasil

Quando começa o peso?

Quando acaba a diversão?

É preciso refletir sobre a importância da saúde mental e do sentido no contexto dos jogos para que atletas como Rayssa não venham a desistir dos próximo jogos pelo peso da cobrança - a cobrança do resultado. Entretanto, esse peso não está apenas nos esportes. Em nosso contexto, no Exército Brasileiro, pode surgir esse peso. A expectativa do outro através do discurso durante uma promoção, o pensamento a respeito do que as pessoas esperam de você. O fato de ser um Praça de Elite ou um Oficial. A tentativa de não errar, numa busca da perfeição. A autocobrança demasiada. O esquecimento de se divertir e de ver sentindo nas decisões. Por sua vez, vê-se o totalitarismo minando a autenticidade. É fundamental atribuir sentido em todas as nossas ações. Não se deve negligenciar a saúde mental, ainda que Exército Brasileiro seja um jogo os sentimentos são reais. Quando a saúde mental é negligenciada pode-se trazer prejuízos, tanto para o jogo quanto para a vida real. Parar de sentir prazer em atividades que antes eram prazerosas é um sinal de que algo não está bem, tem-se que ficar atento.

Você considera que se cobra bastante?

Essas cobranças afetam a forma que você realiza escolhas na vida?

A partir do momento que a expressão "Tenho que" passam a aparecer é importante se questionar se você realmente tem que fazer aquilo e porquê. É preciso refletir o MOTIVO pelo qual tomamos algumas decisões. Três perguntas são fundamental para identificar motivo e identificar responsabilidade e sentido diantes das decisões.

QUERO?

DEVO?

POSSO?

Passe a se perguntar isso toda vez que surgir o "TENHO QUE".

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