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Mulheres no Militarismo: Maria Quitéria, Ana Néri e Joana Angélica

Ninezz - 14 de Fevereiro

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Mulheres, independentes, guerreiras, e parte de nossa história!

Olá, leitores do Diário Brasileiro! Começamos mais uma semana, e com ela, nós da Coluna Mulheres no Militarismo resolvemos trazer um pouquinho de história para nossos leitores. Então pegue um café, se aconchegue e venham para essa jornada imperdível conosco!

Antes de começarmos, levante a mão quem se recorda de nossas amadas “bots” do Quartel-General: Ana-Néri, Maria-Quitéria e a nossa não-mais-presente (mas muito amada) Joana-Angélica! Pois, deixa eu contar uma curiosidade à vocês… Os nomes escolhidos à elas, tiveram suas inspirações em grandes mulheres guerreiras do marco de nossa história do Brasil. Um significado e tanto, não é mesmo?

Nesta edição, a Coluna Mulheres no Militarismo trará um pouquinho da história destas mulheres.

 

Começaremos pela Maria-Quitéria, nossa bot que desde muitos anos, nos acompanha na rotina do Exército Brasileiro do Marechal Rainer.

 

 Maria Quitéria 

 

 

Maria Quitéria de Jesus foi a primeira mulher a fazer parte do Exército Brasileiro. Considerada a Heroína da Independência.

 

Maria Quitéria nasceu em 1792, em uma fazenda localizada na então, freguesia de São José de Itapororocas, local onde hoje fica a cidade de Feira de Santana, na Bahia.

Aos 10 anos, Maria Quitéria perdeu a mãe e ficou responsável por cuidar de suas irmãs. Seu pai casou-se mais duas vezes. A jovem teve uma relação conturbada com sua segunda madrasta, já que ela não aceitava o jeito independente de Quitéria. Maria Quitéria não tinha formação escolar, mas era experiente na caça e na pesca, assim como no manejo de armas. Diferente das moças de sua época, ela era independente e contrariava os padrões da sociedade.

Em 1822, o Conselho Interino do Governo da Bahia passou a recrutar voluntários para as lutas de apoio à Independência. Maria Quitéria interessou-se pela proposta e pediu ao seu pai permissão para se alistar, mas foi proibida por ele. Decidida a lutar pela Independência, Maria Quitéria contou com a ajuda de sua irmã, Tereza Maria, e seu cunhado, José Cordeiro de Medeiros. Ela pegou o uniforme do cunhado emprestado, cortou seus cabelos e apresentou-se como homem ao Exército. Como soldado Medeiros, Quitéria juntou-se ao batalhão “Voluntários do Príncipe Dom Pedro”. O pai de Maria Quitéria procurou o batalhão e contou que ela era mulher, revelando sua verdadeira identidade. No entanto, o major Silva e Castro não permitiu que ela saísse das tropas, já que era importante para a luta contra os portugueses por sua facilidade com o manejo de armas e sua disciplina em batalha. Após adotar seu nome verdadeiro, Maria Quitéria trocou o uniforme masculino por saias e adereços. Sua coragem em ingressar em um meio masculino chamou a atenção de outras mulheres, as quais passaram a juntar-se às tropas e formaram um grupo comandado por Quitéria. Quitéria participou de vários combates com o batalhão, entre os quais estiveram a defesa da Ilha da Maré, da Barra do Paraguaçu, de Itapuã e da Pituba.

 

 Condecorações 

 

Depois da declaração da Independência, as tropas portuguesas permaneceram combatendo no Brasil. Maria Quitéria, mais uma vez, destacou-se ao guerrear com as mulheres de seu grupo, na foz do rio Paraguaçu, na Bahia. Com a derrota das tropas portuguesas, em julho de 1823, Maria Quitéria foi promovida a cadete e reconhecida como heroína da Independência. Dom Pedro I deu a ela o título de “Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro”. Após o fim das guerras pela Independência, Maria Quitéria decidiu retornar à região onde morava. Dom Pedro I escreveu uma carta ao pai dela reconhecendo sua importância para o Brasil e pedindo que ela fosse perdoada por fugir de casa.

Posteriormente, Maria Quitéria casou-se com o lavrador Gabriel Pereira de Brito. Ela teve uma filha, Luísa Maria da Conceição. Ao ficar viúva, Quitéria mudou-se para Feira de Santana para tentar receber parte da herança deixada por seu pai, em 1834, mas desistiu e foi para Salvador. Foi em Salvador que Maria Quitéria faleceu, em 21 de agosto de 1853, no anonimato. Ela foi sepultada na Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento no bairro de Nazaré, na capital baiana.

 

 Homenagens 

 

Maria Quitéria tornou-se símbolo da emancipação feminina e exemplo para mulheres de todo o país.

 

 

A heroína da Independência foi condecorada patrona do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro. Em 1953, no aniversário de 100 anos de sua morte, o governo brasileiro decretou que seu retrato estivesse presente em todos as repartições e unidades do Exército.

 

 

No Exército Brasileiro do Marechal Rainer, no Habbo Hotel, dentro do Quartel-General, desde muito tempo, temos uma homenagem à esta mulher forte e guerreira. Que lutou pelos seus direitos e ideais, defendendo sua pátria com muita honra.

 

2021

 

2021

 

2022

 

 

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 Ana Néri 

 

 

Anna Justina Ferreira Nery, mais conhecida como Anna Nery ou Ana Néri, foi uma enfermeira brasileira, pioneira da enfermagem no Brasil.

 

Nascida em 13 de dezembro de 1814 na cidade de Vila de Cachoeira do Paraguaçu, na Bahia. Nascida em uma família baiana, filha de José Ferreira de Jesus e Luísa Maria das Virgens. No auge de seus 23 anos de idade, em 1873, casou-se com o Capitão-de-fragata da Marinha do Brasil: Isidoro Antônio Nery, adotando o sobrenome do marido, que viria a consagrá-la como Anna Nery. Com seu cônjuge, deu a luz a seus 3 filhos: Justiniano Nery, Antônio Pedro Nery e Isidoro Antônio Nery Filho. Ana Néri acostumou-se a ter a casa sob sua responsabilidade. Ficou viúva com 29 anos, quando em 1843, seu marido morreu a bordo do veleiro Três de Maio, no Maranhão. Ana Néri teve três filhos. O cadete Pedro Antônio Néri e os médicos Isidoro Antônio Néri Filho e Justiniano de Castro Rebelo. No ano de 1865, o Brasil integrou a Tríplice Aliança, que lutou na Guerra do Paraguai, onde seus filhos foram convocados a fim de lutar no campo de batalha. Sensibilizada com a dor da separação dos filhos dela, no dia 8 de agosto, Ana Néri escreveu uma carta ao presidente da província, a fim de oferecer seus serviços de enfermagem para cuidar dos feridos da Guerra do Paraguai, enquanto o conflito durasse. Em seu reconhecimento, seu pedido foi aceito.

No ano de 1865, Ana Néri partiu de Salvador em direção ao Rio Grande do Sul, lá aprendeu noções de enfermagem com as irmãs de caridade de São Vicente de Paulo. Aos seus 51 anos, foi incorporada ao Décimo Batalhão de Voluntários. Ela começou seu trabalho nos hospitais de Corrientes, onde havia, nessa época, cerca de seis mil soldados internados e algumas poucas freiras vicentinas realizando os trabalhos de enfermagem. Mais tarde, ajudou os feridos em hospitais de Salto, Humaitá e Assunção. Apesar da falta de condições, pouca higiene, falta de materiais e excesso de doentes neste período, Ana Néri chamou a atenção por sua dedicação ao trabalho como enfermeira, marcando todos os hospitais onde passou. Ana Néri, com seus próprios recursos, montou uma enfermaria-modelo em Assunção, capital paraguaia, sitiada pelo Exército Brasileiro. Neste capital, acabou perdendo seu filho Justiniano.

 

 

 Condecorações 

 

Ao término da guerra, em 1870, Ana Néri voltou para o Brasil com três órfãos de guerra para criar. Foi condecorada com as medalhas de prata: Medalha Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de Primeira Classe. Recebeu do Imperador D. Pedro II, por decreto, uma pensão vitalícia com a qual educou sua família.

 

 Homenagens 

 

Ana faleceu no Rio de Janeiro, no dia 20 de maio de 1880, aos seus 65 anos de idade. A primeira escola oficial de enfermagem de alto padrão no Brasil, foi fundada por Carlos Chagas em 1923 e, em 1926 recebeu o nome de Ana Néri, em homenagem à primeira enfermeira brasileira. Em 1938, Getúlio Vargas, assinou o Decreto n.º 2 956, que instituía o "Dia do Enfermeiro", a ser celebrado a 12 de maio, devendo nesta data ser prestadas homenagens especiais à memória de Anna Nery, em todos os hospitais e escolas de enfermagem do País. Posteriormente, atualmente o dia do enfermeiro é comemorado em 20 de maio. Em 2009, por intermédio da Lei n.º 12 105, de 2 de dezembro de 2009, Anna Justina Ferreira Nery foi a primeira mulher a entrar para o Livro dos Heróis e das Heroínas da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília - Distrito Federal. Além das inúmeras homenagens que Ana Néri recebeu, em 1967 a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos lançou um selo comemorativo com o busto da enfermeira numa série de personalidades femininas com relevo histórico.

 

 

No Exército Brasileiro do Marechal Rainer, no Habbo Hotel, dentro do Quartel-General, temos uma singela homenagem à esta mulher que cultivou e registrou uma linda história, caridosa e dando início à uma profissão que hoje é reconhecida com tanto carinho. Seu bot com seu nome, vem acompanhando a história da instituição desde a bastante tempo.

 

2021


2021

 

2022

 

Também dedicamos esta matéria à todos nossos integrantes que fazem parte da área de saúde na vida real, às enfermeiras, médicos, e também aos integrantes de nosso querido Comitê de Saúde do Exército (CoSEx) do Exército Brasileiro. Uma área profissional que mostra e nos faz acreditar no amor ao próximo! Nossos heróis que não usam capa.

 

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 Joana Angélica 

 

 

Joana Angélica foi uma religiosa brasileira, mártir da Independência do Brasil.

 

Joana Angélica de Jesus nasceu em Salvador, Bahia, no dia 12 de dezembro de 1761. Filha de uma abastada família da capital baiana recebeu uma educação rebuscada. Em maio de 1782, em seus 20 anos de idade, entrou para o Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa na Bahia. Depois de cumprir o ano obrigatório do noviciado, na data de 18 de maio de 1783, tornou-se Irmã das Religiosas Reformadas de Nossa Senhora da Conceição, com o nome de "Joana Angélica de Jesus". Entre os anos de 1797 e 1801, a irmã Joana Angélica exerceu a função de Escrivã do Convento. Entre 1812 e 1814, desempenhou as funções de Vigária. Em 1815 foi escolhida para o cargo de Abadessa do Convento, função que exerceu durante dois anos. No ano de 1821 retornou para a função de Abadessa. 

A madre Joana Angélica era muito estimada por todos da cidade baiana, eram seus pontos fortes: Sua dignidade, suas qualidades e seus conhecimentos. As irmãs estavam voltadas para a oração e pediam a intervenção de Nossa Senhora, nas causas da Pátria. Depois do retorno de D. João VI à Portugal, em abril de 1821, e com a atribuição da regência a D. Pedro, as cortes constitucionais portuguesas exigiam também a partida de D. Pedro com a pretensão de recolonizar o país. As notícias repercutiram como uma declaração de guerra, provocando assim, grande tumulto e manifestações.

No dia 31 de janeiro de 1822, uma nova Junta de Portugal foi eleita e, no dia 11 de fevereiro chegou da Europa a notícia da nomeação do general lusitano Inácio Luiz Madeira de Melo, para comandante das Armas da Província. Em um ofício, está descrito que o General Madeira ordena o ataque às casas particulares e até ao convento das freiras da Lapa. No dia 19 de fevereiro de 1822, os soldados portugueses invadiram o Convento da Lapa e a golpes de machado derrubaram as portas e assim na porta da clausura a sua Abadessa Soror Joana Angélica de Jesus foi alvo.

Reza a tradição e afirmam todos os documentos da época que, de todos os fatos lutuosos dos tormentosos dias 19 e 20 de fevereiro de 1822, nenhum impressionou mais fundo a alma da Bahia do que o selvagem ataque dos soldados contra o indefeso Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, onde faleceu nobremente a primeira heroína da epopeia da Independência, Madre Joanna Angélica.

 

 

Existem duas versões contraditórias sobre o episódio do ataque ao Convento da Lapa. Para o historiador brasileiro Bernardino José de Souza, a versão portuguesa, patrocinada principalmente pelo historiador português José d'Arriaga, não há sustentação em documentos. Segundo a história lusitana, agentes do partido reacionário (pró-Independência) haviam se escondido no convento e atirado nos soldados de dentro do edifício. Já os historiadores brasileiros, afirmam que as tropas portuguesas estavam entrando em diversos edifícios, praticando roubos e até mortes, com o pretexto de que tiros haviam saído de dentro de determinado local; assim como acontecera com o convento. O jornal Diário da Bahia publicou em sua edição do dia 2 de julho de 1936, uma reportagem completa sobre o ataque ao convento e o martírio da Sóror. Nela consta a descrição da crise política e excessos cometidos pelos soldados lusitanosː

 

"A cidade surpreende-se com a designação de Madeira de Mello para o comando das Armas da Província. Vitoriosos, os comandados de Madeira apossam-se da cidade (…) ódio e vingança. Incêndios e saques. Selvagerias e homicídios."

 

Um erro cronológico sobre o acontecimento permeia muitos dos livros que tratam do assunto. É comum encontrar que a data do ataque corresponde ao dia 19 de fevereiro de 1822. No entanto, de acordo com o termo de falecimento da Madre Joana Angélica, o fato ocorreu entre 11 horas e meio-dia de 20 de fevereiro de 1822. Outra concepção equivocada é de que o capelão do convento, Daniel da Silva Lisboa, teria sido assassinado pelos soldados portugueses no mesmo episódio. Mas como prova o atestado de óbito, contido no Livro de óbitos da Freguesia de S. Pedro, ano de 1938, o Padre Daniel Nunes da Silva Lisbôa morreu em 1833. Sólida construção colonial, ainda hoje existente na capital baiana, o Convento da Lapa compõe-se de uma clausura, cuja principal entrada é guarnecida por um portão de ferro. Um grupo de soldados tentava arrombar o portão enquanto Joana Angélica ordenava que as irmãs fugissem pelos fundos, a fim de proteger a clausura e integridade das irmãs, a Sóror se colocou como último obstáculo entre o convento e a tropa lusitana. No entanto, uma extensa pesquisa realizada em inúmeros arquivos pelo país, conduzida pela pesquisadora Antônia da Silva Santos durante dez anos, nenhum documento prova que a Sóror disse isso de fato. Joana Angélica tornou-se, assim, a primeira mártir da grande luta que continuaria, até a definitiva libertação da Bahia, no ano seguinte, a 2 de julho, data efetiva da independência baiana, data marcante num contexto de rompimentos entre as partes da então América Portuguesa com a Metrópole.

 

 Condecorações e Homenagens 

 

O jornal O Imparcial, publicado na cidade de Salvador em 23 de maio de 1923, trazia na capa uma homenagem à Sóror Joana Angélica. Na reunião do Conselho Municipal, foi aventada uma ideia que alia, merece os aplausos de toda a Bahia, por não quê, revelando o sentimento cívico que caracteriza o nosso povo, homenageia a memória imperecível daquela que, na reclusão do convento da Lapa, emprestou a melhor de suas forças em prol da liberdade da Bahia. Assim, não é justo que, no próximo 2 de julho, quando celebramos o primeiro centenário da nossa emancipação, deixe de ser relembrado o glorioso sacrifício de Joana Angélica. Na mesma assembleia, foi apresentado o projeto de lei que nomeava a rua da Lapa, onde estava localizado o convento da Avenida Joana Angélica. As placas seriam colocadas no dia do centenário. Hoje, com a grafia ajustada para Joana Angélica, a rua localizada na região central da capital baiana, segue homenageando a mártir. Por todo Brasil, ruas e avenidas carregam o nome da mártir, como a avenida Joana Angélica em Ipanema, no Rio de Janeiro. Em 2 de julho de 1936, o Diário da Bahia também publicou uma homenagem ao martírio de Joana Angélica, ocupando uma página inteira da edição. Denominada "Soror Joanna Angélica - A primeira mártir da Independência ", a reportagem reconta a história do ataque ao convento e dá detalhes sobre a vida da freira.

Em 20 de fevereiro de 1922 o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia comemorou o primeiro Centenário do martírio da Madre Joana Angélica de Jesus. Em 26 de julho de 2018 foi declarada Heroína da Pátria Brasileira pela Lei Federal nº 13 697, tendo seu nome inscrito no "Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria", que se encontra no "Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves", situado em Brasília, Distrito Federal.

 

 

No Quartel-General do Exército Brasileiro, fora colocado a bot em homenagem à Joana Angélica, em 2021. Diferente de sua concretiza história, ela ocupava a posição de "garçom". Quem esteve presente em nossa instituição nesse tempo, lembra o quão ela conquistou o carinho de todos. Sua história na vida real, por sua vez, é uma história emocionante e mais que tudo, Joana Angélica foi uma mártir que com sua história, tocou e toca no coração de muitos.

 

2021

 

 

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E você, caro leitor. Já tinha conhecimento sobre estas gloriosas mulheres? Esperamos que possam ter adquirido e expandido vosso conhecimento, e que também, tenham curtido esta edição. Fiquem bem, e até mais ver!

 

Notícia eloborada pela Diretora Ninezz, do Diário Brasileiro.

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